terça-feira, 24 de maio de 2011

Reflexos da lírica camoniana na contemporaneidade

Manuel Alegre, O Canto e as Armas, in Obra Poética, Lisboa, D. Quixote, 2000, p.193


Aquela clara madrugada que
Viu lágrimas correrem no teu rosto
E alegre se fez triste como se
chovesse de repente em pleno Agosto.

Ela só viu meus dedos nos teus dedos
Meu nome no teu nome. E demorados
Viu nossos olhos juntos nos segredos
Que em silêncio dissemos separados.

A clara madrugada em que parti
Só ela viu teu rosto olhando a estrada
Por onde o automóvel se afastava.

E viu que a pátria estava toda em ti
E ouviu dizer adeus essa palavra
Que fez tão triste a clara madrugada.




Fonte: Manual Português + 10ºano, Areal Editores

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